sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Eu me tornei tão, satisfatoriamente conformada.

Sempre há algo a perder, e há sempre chance de se ser a 1% da bula. E eu que penso assim, já não tenho – literalmente – mais lágrimas para chorar, nem mais soluços para palpitar, ou unhas para roer, amídalas para gritar, e rabisco por aqui como uma louca atrasada para um compromisso de amor. É doloroso e conformadamente inaceitável dizer que a depressão é o último estágio da dor que o ser humano pode sentir, daí só a morte vem depois.
Será que é mesmo falta de amor próprio, querer sofrer no lugar do outro, de forma pessoal assim? Mas por outro lado, por que é que o ser humano tem que nomear todos os sentimentos de dor ‘desconhecidos’? Isso é julgar (e não tão mais nobre), dor é igual a dor por ela mesma, e não existe sofrimento mais nobre que o outro. A dor de quem fala, a dor de quem ouve.
Eu que termino meus textos sempre na primeira pessoa, não sei mais como é terminar minhas noites sem ser aos prantos que vêm tão como um ladrão. Eu, no auge de meu egoísmo inútil e tão exagerado.
Ainda assim, mantenho meus sonhos sendo sonhados, embora tenha dado já a eles uma nova motivação, um novo rumo, e principalmente um novo sentido. Meneguel que me desculpe, mas sofrer também é arte, e útil a quem vive estas palavras.
Do pranto, desta vez Vinícius, fez-se o orgulho, e se chorar vai criar e alimentar crianças de almas virgens ainda, eu vou sofrer. Por que nada é em vão ainda que acrescente na teoria do efeito borboleta. Ainda que por aqui, efeito tufão do outro lado do mundo.
E eu quero muito desta vez ter me feito entender.

Dedicado ao titilo desse blog, que pouca atenção teve recebido. E a meu amigo e primo de coração, Pablo Vinícius.